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Projeto Documenta: FICHA DESCRITIVA 010 

"Grammatica da Lingua Brasileira (Brasilica, Tupi, ou Nheêngatú)"

Sympson, Pedro Luiz​​​​​​​

 

Acesso ao texto
Documenta (PDF)
Nome do autor
Pedro Luiz Sympson (também grafado Pedro Luís Simpson)
Datas do autor
1840-1892
Biografia
Pedro Luiz Sympson nasceu em 1840 na atual cidade de Manaus. Falava fluentemente a língua geral e recebeu educação formal sobre ela quando aluno do seminário de Belém, onde seu ensino foi obrigatório entre 1851 e 1863 (Bessa Freire 2004: 14). Seu trabalho como negociante e explorador lhe permitiu entrar em contato direto com as comunidades indígenas de sua região e com o Nheengatu. Quanto à sua inserção institucional no contexto do Segundo Império, entrou para a carreira política como deputado provincial conservador, em 1876, e foi um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico do Amazonas (IHGA), um dos símiles regionais que começavam a surgir no período, inspirados pelo Instituto Histórico e Geográfico BrasileiroSympson ofereceu ao Imperador D. Pedro II, em Belém, no Pará, a primeira edição de sua gramática, de 1877. O autor faleceu em setembro de 1892, em Manaus, e, em 1899, recebeu uma medalha de ouro do governo argentino como homenagem póstuma pela sua participação na Guerra do Paraguai, para a qual havia se alistado espontaneamente. Seus conhecimentos acerca do Nheengatu parecem ter sido atestados também durante aquele conflito: conta-se que, por causa deles, comunicava-se facilmente com os Guarani do Paraguai. É também o autor de um dicionário inédito do Nheengatu de mais de dez mil vocábulos. (Bessa Freire 2004a: 14).
Título original
Grammatica da língua brazílica geral, fallada pelos aborígenes das províncias do Pará e Amazonas.
Outro(s) título(s)
A partir da 2ª. ed., Grammatica da língua brasileira: (Brasílica, Tupy, ou Nheengatu)
Tipo da obra
Gramática pedagógica
Dados da 1a ed.
1877. Manaus: Typographia do Commercio do Amazonas
Século
XIX
Ed. consultada
2ª ed. Grammatica da Lingua Brasileira (Brasilica, Tupi ou Neêngatú). Rio de Janeiro: Fernandes, Neiva & Cia, 1925.
Descrição da ed. consultada
Dedicatoria [ao Imperador Pedro II] (I). Prologo (VII–XI). Prefacio da Segunda Edição (XIII–XIV). Opusculo da gramática Brazilica: do alfabeto da lingua brasilica (do valor da vogais, dos ditongos, tritongos, prolações, figuras da dicção) (1-3); das palavras (substantivos, aumentativos e diminutivos) (4-5); do adjetivo (graus de qualificação, adjetivos possessivos, demonstrativos ou relativos, pronomes relativos, demonstrativos conjuntivos, pronomes pessoais) (6-8); dos verbos de maneira geral (auxiliares, imperativos, conjuntivos); dos verbos regulares; dos verbos irregulares (9-50); do verbo passivo (51-52); verbo recíproco (53-56); das preposições (56-58); dos advérbios (de lugar, tempo, quantidade, modo e qualidade, frases adverbiais) (59-65); conjunções, interjeições (65-67); da sintaxe (análise e período) e sua divisão (regência, concordância, construção, sintaxe figurada) (67-75); ortografia, hífen (76-77); dos adjetivos quantitativos (no apêndice da obra) (79-80). Cantico de Nossa Senhora em latim, portuguez e tupy (81-87)
Reproduções
2ª. ed. Grammatica da língua brasileira: (Brasilica, Tupi, ou Nheengatu), Rio de Janeiro: Fernandes, Neiva, & Cia, 1925; 3ª. ed., 1926; 4ª. ed. [S.I.]: Comissão Brasileira de Estudos Patrios, [1930?]; 5ª. ed. Gramática da língua brasileira Brasílica, Tupí ou Nheêngatu: uso didático superior, Rio de Janeiro: Impressão do Jornal do Brasil, 1955; 6ª. ed., org. por Robério Braga, Manaus: Livraria Valer/ Edições Governo do Estado, 2001.”A sexta edição (2001), da Livaria Valer, de Manaus, traz na capa informação equivocada, de que se trata da quinta.” (Bessa Freire 2004:14, em nota).
Difusão
O grande números de reimpressões e reedições sugerem ampla circulação da gramática na primeira metade do século XX, sobretudo.
Língua(s) descrita
Língua geral amazônica, ou Nheengatu
Língua descritora
Português
Objetivo do autor
O autor afirma ter se dedicado ao estudo do Nheengatu por ser verdadeiro patriota, comprometido com a missão de não permitir que a língua se extinga. Em declaração ao Imperador, o autor acrescenta: ...desvaneço-me em assegurar a V. M. Imperial que, a lingua do meu Paiz, com quanto ainda não esteja cultivada, não é pobre de vocabulos, é de facil comprehensão e digna de ser falada por todos os brasileiros”. (Sympson 1925: Dedicatória: III-IV)
  Contribuição da obra
Sympson afirma ser sua gramática diferente dos estudos que anteriormente se fizeram sobre o Nheengatu. Em sua perspectiva, sua obra acrescentaria o viés da filologia e do método gramatical que chama de ‘analítico’ à tradição de estudos do Tupi/Nheengatu: “Nem os Anchietas, nem os Figueiras, Martius, Spix, Seixas e Farias, etc., estudarão a Lexicologia da lingua e penetrarão no genio d’ella para a reduzirem a um methodo grammatical analytico:[...]” (Sympson 1925: Prólogo). Com efeito, mesmo se percebendo ‘inovador’, é interessante observar Sympson enumera a tradição descritiva da língua que denomina Brasileira (ou Brasílica, ou Tupi, ou Nheengatu) que, na sua percepção, se inaugurou com Anchieta (1595), e continuou com Figueira (1621), Vegas [?], Martius (1863), Spix (1823), Faria (1858),  Couto de Magalhães (1876), autor da epígrafe escolhida por Sympson (Cf. Sympson 1925:3).
Partes do Discurso
Embora propondo-se inovador, Sympson organiza conceptualmene sua gramática em ‘partes do discurso’, com algumas alterações em relação ao modelo ‘latino’ de referência. Observe-se: “As palavras da lingua brazilica dividem-se em substantivo, adjectivo, verbo, preposição, adverbio, conjuncção e signaes.” (SYM, 1925: 4):
Inovação conceptual/ terminológica
Ainda que, tal e qual à  tradição missionária, as gramáticas do século XIX também tenham tido orientação essencialmente pedagógica, o que nelas se observa é uma tendência à busca de outros modelos advindos de outra tradição que não a portuguesa e à valorização da sintaxe como nível descritivo-pegagógico, para além da morfologia, de que Sympson 1925 é o caso prototípico. Donde uma série de metatermos por ele introduzidos ligados à sintaxe, como ‘sintaxe analítica’, ‘sintaxe idiomática’, ‘sintaxe figurada’, ‘sintaxe natural’.
Palavras-chave
Adjetivo relativo. Amazonas. Apelativo. Aspiração. Atributo. Brasil Imperial. Complemento. Dicção. Estilo fonético. D. Pedro II. Filologia. Gênio da Língua. Gíria. Gramática. Guarani. Guerra do Paraguai. Instituto Histórico e Geográfico do Amazonas. Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Latinizar. Lexicologia. Língua artificial. Língua brasileira. Língua brasílica. Língua brasílica geral. Língua morta. Língua franca. Língua de aglutinação. Língua de flexão. Língua vernácula. Membros essenciais. Membros acessórios. Método gramatical analítico. Nheengatu. Oração lógica. Oração conjuntiva. Oração composta. Oração gramatical. Oração elíptica. Oração incidente. Oração implícita. Oração plena. Oração principal. Oração natural. Proposição. Segundo império. Sinal. Sintaxe analítica. Sintaxe idiomática. Sintaxe figurada. Sintaxe natural. Substantivo verbal. Termo incompleto. U francês. U gutural.
Bibliografia
Autor da ficha/data
Bianca Regina Fraga, com a colaboração de Olga Coelho e Cristina Altman
Autores

Pedro Luiz Sympson (também grafado Pedro Luís Simpson)

Séculos

XIX

Palavras-chave

   Adjetivo relativo. Amazonas. Apelativo. Aspiração. Atributo. Brasil Imperial. Complemento. Dicção. Estilo fonético. D. Pedro II. Filologia. Gênio da Língua. Gíria. Gramática. Guarani. Guerra do Paraguai. Instituto Histórico e Geográfico do Amazonas. Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Latinizar. Lexicologia. Língua artificial. Língua brasileira. Língua brasílica. Língua brasílica geral. Língua morta. Língua franca. Língua de aglutinação. Língua de flexão. Língua vernácula. Membros essenciais. Membros acessórios. Método gramatical analítico. Nheengatu. Oração lógica. Oração conjuntiva. Oração composta. Oração gramatical. Oração elíptica. Oração incidente. Oração implícita. Oração plena. Oração principal. Oração natural. Proposição. Segundo império. Sinal. Sintaxe analítica. Sintaxe idiomática. Sintaxe figurada. Sintaxe natural. Substantivo verbal. Termo incompleto. U francês. U gutural.