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Projeto Documenta: FICHA DESCRITIVA 002
Arte da lingva brasilica composta pelo Padre Luis Figueira da Companhia de Iesv
Acesso ao texto
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Documenta [ed. 1621] (PDF)
Biblioteca Nacional Digital [ed. 1795]
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Nome do autor
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P. Luis Figueira, S. J.
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Datas do autor
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c.1575 –1643
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Biografia
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Padre missionário português, nasceu em Almodóvar, em 1574 ou 1575. Entrou para a Cia. de Jesus em 1592, em Évora, onde se formou segundo os ditames da Ratio Studiorum. Este método atribuía à língua latina posição central no estudo literário e gramatical dos anos iniciais de formação dos padres jesuítas. Conhecia grego e, provavelmente, também hebraico. Chegou ao Brasil em 1602. Foi ministro do Colégio da Bahia por um ano; reitor do Colégio de Pernambuco por 4 anos; participou da missão do Maranhão em 1607 com o padre Francisco Pinto. Em 1620, Figueira obteve a aprovação eclesiástica para publicar a Arte da Língua Brasílica. Faleceu na Ilha de Marajó, a 3 de julho de 1643.
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Título original
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Arte da lingva brasilica composta pelo Padre Luis Figueira da Companhia de Iesv, Theologo
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Outro(s) título(s)
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As sucessivas edições de Figueira apresentam diferenças significativas de títulos. Cf. item das ‘reproduções’ abaixo.
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Tipo da obra
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Gramática pedagógica. A gramática de Figueira foi escrita quando o foco da atuação dos jesuítas se estendeu ao Maranhão e ao Grão Pará (Barros 1995)
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Dados da 1a edição
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1621. Manoel da Silva
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Século
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XVII
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Edição consultada
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1621
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Reproduções
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2ª ed. 1687, Arte de grammatica da lingva brasilica. Lisboa: Miguel Deslandes; 3ª ed. 1754, Arte de Grammatica da lingua do Brasil. Lisboa: Miguel Deslandes; 4ª ed. 1795, Arte da Grammatica da lingua do Brasil. Por José Mariano da Conceição Vel[l]oso [1742–1811]. Lisboa: Officina Patriarchal; 5ª ed. 1851[-52], Grammatica da lingua geral dos indios do Brasil, reimpresso pela primeira vez neste continente depois de tão longo tempo de sua publicação em Lisboa, offerecida a S. M. Imperial... / por João Joaquim da Silva Guimarães. Bahia: M. Feliciano Sepúlveda; 6ª ed. 1878, Grammatica da Lingua do Brasil. Por Julio Plastzmann. B.G. Teubner: Leipzig; 7ª ed. 1880, Arte de grammatica da lingua brasilica. Ed. Emilio Allain. Rio de Janeiro: Lombaerts & C.; 8ª ed. 1899, Der Sprachstoff der brasilianischen Grammatik des Luis Figueira nach der Ausgabe von 1687. Edição alemã por Julio Platzmann. Leipzig: B.G. Teubner.
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Difusão
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A segunda edição da gramática de Figueira, a de 1687, foi aquela republicada por Platzmann no século XIX, enquanto que a primeira edição, de 1621, permanece inédita (cf., entretanto, Altman e Zwartjes, no prelo). Com efeito, segundo Navarro (1995), a 2ª edição (1687) era “escoimada dos erros de impressão que inquinavam a de 1621. Contudo, não somente vinha emendada dos senões tipográficos, mas também havia recebido alguns acréscimos”. O interesse pela edição de 1621, entretanto, permanece vivo, pois não apenas é registro da língua neste período, como é o único testemunho que nos restou da grafia original de Figueira. A 3ª edição de 1754 se perdeu, provavelmente por iniciativa oficial, já que foi publicada na época em que o Diretório dos Índios (1755) do Marques de Pombal (alias Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782)) atingia o ensino da língua indígena. A 6ª edição (1878) é fac-símile da edição de 1687, mesmo que com título modificado (cf. Navarro 1995). A gramática tem uma estrutura diferente do texto de Anchieta (1595) e tem sido geralmente negligenciada na pesquisa acadêmica do século XX.
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Língua(s) descrita
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Tupi antigo, ou Tupinambá. Variante do Tupinambá da região do Maranhão
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Língua descritora
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Português
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Sumário da obra
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Aprovação; Prólogo ao leitor; Das letras que se usão nesta lingua (1r-2r); Declinação dos Nomes por numeros e casos (2v); Nomes adjetivos do singular & plurar (2v-3v); Da distinção dos casos (3v); Do Nominativo (3v); Do genitivo (3v-4r); Do Dativo (4r); Do Accusativo (4v-5v); Do Vocativo (5v-6r); Do Ablativo (6r); Das Conjugações dos verbos (6r-6v); Primeira Conivgacam geral dos verbos do artigo A (7r-13r); Conjunção do verbo negativo (13r-19r); Segunda Conivgacam geral dos verbos, que começão per pronome, Xe (19v-28v); Da Conjugação de alguns verbos irregulares (28v-34r); Da irregularidade de alguns verbos activos, que despois do artigo tem immediatamente algua destas syllabas Ra, Re, Ro, Ru, ve, Araço, Areco, Aroquer, Arur. (34r-36r); Das oito partes da oração. Nome, Pronome. Verbo, Participio, Preposição, Aduerbio. Interjeição, Conjunção. (36v-81v); [Do nome] (36v-46r); Do pronome (46r); Do Verbo (46v-62r); Do participio, terceira parte da oração (62r-65r); Da preposição 5. parte da oração (65r-68v); Do adverbio sexta parte da oração (68v-80r); Da interieiçam, setima parte da oração (80r-80v); Da Conjunção, oitava parte da oraçaõ (80v-81v); Da Sintaxe, ou construição das partes da oração (81v-91r); Da Syllaba (91r-91v)
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Objetivo do autor
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Construir uma gramática pedagógica para que os missionários jesuítas aprendessem a língua na qual exerceriam sua ‘catequese’
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Contribuição da obra/ influências
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Navarro (1995) afirma que Figueira (1621) foi influenciado pela gramática de Anchieta (1595), apesar de não mencioná-la em seu prólogo.
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Partes do discurso
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Figueira (1621) estruturou inequivocamente sua gramática a partir do modelo padrão de oito partes da oração, o que a torna sem dúvida mais didática do que a de Anchieta e, portanto, mais compatível com os objetivos lingüístico-missionários do século XVI. Introduzida a morfologia, segue-se a apresentação das formas da língua conforme às oito partes da oração: o nome (36v-46r), que subclassifica em “...Sustantiuos, Adjectiuos, Absolutos, Verbais, Possessiuos, Relatiuos, Comparatiuos, & Superlatiuos.” (FIG, 1621: 36v); o pronome, que define como “...aquelle, que se põe em lugar de nome de qualquer cousa.” (FIG, 1621: 46r); o verbo (46v-62r): “Todos os verbos desta lingua sé diuidem em dous generos. Actiuos, & Não actiuos.” (FIG, 1621: 46v); o particípio (62r-65r); a preposição (65r-68v), reconhecida por ele se também por Anchieta, aliás (cf. ANCH, 1595: 12v e 40r)scomo posposição: “Todas as preposições desta lingua, se podem melhor chamar posposições, por que sempre se poem despois do nome, que regem.” (FIG, 1621: 65r); o advérbio (68v-80r), que define como “... hua parte da oração, que não rege caso, mas serue de dar força, & efficacia com seu significado aos verbos, & nomes, pera significarem cõ mais inergia.” (FIG, 1621: 68v); a interjeição (80r-80v), que define como: “... hua parte da oraçaõ, com que significamos os affectos do animo, como tristeza, alegria, dor, saudades. &c.” (Cf. FIG,1621:80r); a conjunção (80v-81v), que não define; e duas pequenas partes finais: “Da Sintaxe, ou construição das partes da oração” (81v-91r) e “Da Syllaba” (91r-91v).
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Indicações complementares
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Nota sobre a 4ª. ed no catálogo da Biblioteca Nacional (RJ): “O editor desta quarta impressão, que é defeituosa e incorretissima, foi o padre fray José Mariano da Conceição Velloso — Viñaza, Bibliog. Española de lenguas indigenas de America, p. 183. (Muñoz Y Manzano 1892). Assinatura do Fr. Francisco de S. Theodoro Incompleto - Faltam as p. 3 a 6. Carimbo da Col. Real Biblioteca. ”
Notas sobre a 5ª. ed no catálogo da Biblioteca Nacional (RJ): “É uma nova edição da Grammatica do Padre L. Figueira. É mal feita, e seguida de declarações, cartas e até de sonetos de Tiburcio J. de Menezes, pela morte da filha do novo editor.” J. C. R No final: Bahia, Typ. de B. de Sena Moreira, 1852; “Todos os erros typographicos que se introduziram na edição de 1795, devida aos esforços alliás muito louvaveis do celebre frei Velloso, passaram, como era natural, para a edição feita na Bahia em 1851 por Silva Guimarães.” Valle Cabral. [E estes verbais em yra, sempre sao passiuos; E nascem somente de verbos actiuos, & não doutros. E tem differentes tempos presente, preterito, & futuro: vt Yjucapyra, o que he, ou era morto. Yjucapyroera, o que ha de ser morto, ou digno de o ser. Yjucapyramboera; o que ouuera de ser morto, mas não foi. Todos estes verbais tem suas regras de como se formao, de que diremos adiante. (1621:37v)] Obs.: este parágrafo foi omitido da edição de 1880[1687] (cf. Figueira 1880:71-72) CA: |
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Palavras-chave
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ambigüidade, arte de gramática, artigo, caso direito, dição, dicção fórmula, gênero do verbo, gramática colonial, I grosso, I jota, jesuíta, letra áspera, letra dobrada, letra líquida, letra muta, letra singela, língua brasílica, língua geral, lingüística missionária, nome absoluto, nome positivo, nome verbal, posposição, pronome exclusivo, pronome inclusivo, pronomes latinos, terminação, verbo absoluto, verbo afirmativo, verbo ativo, verbo com artigo, verbo negativo, verbo neutro, verbo sem artigo, verbo sum, vogal pura, voz, zeura
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Bibliografia
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Autor da ficha
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Cristina Altman, com a colaboração de Julia de Crudis e Stela Maris Danna.
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P. Luis Figueira, S. J.
XVII
ambigüidade, arte de gramática, artigo, caso direito, dição, dicção fórmula, gênero do verbo, gramática colonial, I grosso, I jota, jesuíta, letra áspera, letra dobrada, letra líquida, letra muta, letra singela, língua brasílica, língua geral, lingüística missionária, nome absoluto, nome positivo, nome verbal, posposição, pronome exclusivo, pronome inclusivo, pronomes latinos, terminação, verbo absoluto, verbo afirmativo, verbo ativo, verbo com artigo, verbo negativo, verbo neutro, verbo sem artigo, verbo sum, vogal pura, voz, zeura.