Contrastes na Historiografia Linguística brasileira: a evidência do feminino
Resumo
A partir da "epistemologia do ponto de vista", enquanto possibilidade de categoria interpretativa (HARAWAY, 1988; HARDING, 1993; PAVEAU, 2018), no interior da metodologia da Historiografia Linguística (ALTMAN, 1995, 2004, 2020), pretendemos nesta pesquisa revisitar os processos que caracterizaram a implantação da disciplina Linguística no Brasil (1968-1988). Para tal, partimos da hipótese de que aspectos antes considerados marginais aos processos de produção do conhecimento científico, como o ponto de vista feminino, também interferiram, em alguma medida, no formato que a pesquisa linguística assumiu no país. Pretende-se, portanto, redimensionar o papel do sujeito feminino nos processos de cientifização e profissionalização das ciências da linguagem no Brasil. Nosso objetivo não é questionar a relevância das pesquisas que homens desenvolveram na Linguística brasileira, nem contrariar o trabalho historiográfico que, até o momento, não considerou o gênero como categoria analítica. A presente pesquisa é orientada, sobretudo, pelo interesse na atuação feminina, tanto na construção de práticas sociais relativas ao trabalho científico, quanto na (re)construção de uma memória dessas práticas.
Palavras-chave: Historiografia Linguística. Linguística brasileira. Mulheres na ciência. Epistemologia do ponto de vista. Feminismos.
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